Até parece que abandonei este blog mesmo, mas não é verdade, simplesmente a urucubaca anda solta, e estou apelando para simpatia, benzimento, reza, promessa, ou simplesmente tentando manter o bom humor e só pensar em coisas boas.

Tudo começou em Canberra. Duas amigas e eu havíamos decidido passar um final de semana na capital australiana. Saímos numa sexta-feira (retrasada) após o trabalho. Viagem tranquila, mas o medo de encontrar cangurus, wombats e possums passeando pela escuridão da estrada nos deixou bem atentas. Por sorte, nenhum deles cruzou o nosso caminho, mas tivemos o desprazer de encontrar dois cangurus já mortos no acostamento logo na entrada de Canberra. Super triste!

Passamos o sábado passeando pela capital e fazendo compras, já que minhas amigas ganham de mim no quesito shopping. À noite estávamos cansadíssimas e fomos para o hotel. Daí a primeira aparição da dona urucubaca aconteceu: o alarme do carro resolveu disparar mais ou menos à uma da manhã. Medrosa do jeito que sou não tive coragem de abrir a porta do quarto, e muito menos descer até o estacionamento para ver o que era. Liguei para a minha amiga, que se mostrou mais medrosa que eu. Por sorte, com o controle remoto consegui desligar e acionar o alarme novamente, mas após uma hora o alarme disparou novamente. E assim foi noite adentro até amanhecer quando então ele ficou quietinho e eu encontrei coragem para descer e ver o que era. A causa do disparo foi simplesmente porque havíamos deixado a luz interna acesa.

No domingo fomos visitar uma galeria de arte e uma feirinha num dos bairros de Canberra. Estacionei o carro, demos uma geral no lugar e como não estava lá estas coisas, voltamos para o estacionamento com a idéia de reressar para Sydney mais cedo. Ao chegar no estacionamento encontramos o carro todo riscado no lado do passageiro e atrás; não foram apenas os riscos, mas o autor também usou sua inteligência de barata lobotomizada para deixar o seu alter ego incrustrado em letras garrafais na porta do passageiro: PRICK que em inglês chucro significa pênis. Bem baixo nível mesmo. Já na segunda-feira levei o carro para o mecânico fazer o orçamento e ele ficou até assustado com a linguagem de baixo calão e mais do que depressa conseguiu dar uma disfarçada. Menos mal... mas o conserto só poderá ser feito no final do mês.

Mas, se isto não bastasse, a dona urucubaca resolveu me atacar também. Semana passada, a caminho do carro já para voltar para casa, bolsa no ombro esquerdo, bolsa do laptop no ombro direito, celular na mão direita participando de uma teleconferência, sombrinha na mão esquerda, e chuva torrencial (quase ''diluvial'')... Já dá para imaginar o resto, né? Fui de cara ao chão. Uma esfoladinha no rosto e uma esfoladona fenomenal nos joelhos. Por sorte caí em cima do bolsa do laptop, assim não tive nenhuma esfolada no cotovelo, mas o joelho não quer parar de doer.

E para finalizar, na sexta-feira passada, um motorista perdeu o controle do carro e veio em cheio de encontro à traseira do meu carro! A esta altura, eu já nem tinha mais adrenalina para dar uma de histérica e sem noção e sair desacatando o homem. Tive que dar risada, apesar da dor no pescoço que o incidente me causou.

Uma amiga sugeriu defumar o carro com folhas de sage (sálvia), outra deu uma receita com alho e disse para eu quebrar um palito de fósforo ao meio para acabar com a onda de azar. Outra disse que tenho que lavar os cristais que tenho como amuleto em água de mar. Minha mãe sugeriu jogar sal grosso... Estou aceitando sugestões.